O Instituto Histórico, Geográfico e Cultural de Limoeiro (IHGCL) promoveu, no último dia 30 de outubro, a palestra “A Confederação do Equador”, proferida pela professora e escritora Margarida Cantarelli.
O evento celebra o bicentenário do movimento republicano que contestou a Constituição do Império: dimensões políticas, jurídicas e históricas. A palestra aconteceu no auditório da Faculdade de Ciências Aplicadas de Limoeiro (Facal) e contou com o apoio da Prefeitura de Limoeiro.
Na palestra, Margarida, que também é presidente do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), relacionou os 370 anos da Insurreição Pernambucana com o bicentenário da constituição do Império e da Confederação do Equador. A desembargadora aposentada explicou que a carta magna apresentada pelo Império não foi elaborada com a colaboração dos representantes eleitos para esse fim pelas províncias, já que a assembleia constituinte convocada à época foi dissolvida por Dom Pedro.
De acordo com a palestrante, o texto constitucional outorgado em 1824 pendia mais ao absolutismo com a instituição do Poder Moderador, espécie de quarto poder que se sobrepunha ao Legislativo, ao Judiciário e ao Executivo e cuja titularidade era exercida pelo próprio imperador. A estrutura de Estado delineada pela carta imperial era de um governo unitário e centralizado no Rio de Janeiro, na contramão das ideias federalistas, liberais e anticoloniais que se propagam em diversos países.
Margarida Cantarelli justificou o porquê comemorar a Confederação do Equador, um movimento que foi derrotado. “A Confederação do Equador foi derrotada, mas as ideias que embasaram a tentativa de autonomia da província e de instauração de uma constituição mais liberal não foram derrotadas. Elas permanecem vivas até hoje, razão porque nós, ao celebrarmos o movimento derrotado, homenageamos aqueles que deram a vida pelo ideal, como Frei Caneca. Como ele próprio disse: ‘morre um liberal, mas não morre a liberdade’. Por outro lado, comemoramos para nos mantermos vigilantes, guardiões e guardiãs dessas ideias. Que elas nunca desapareçam” disse a professora.
A palestra contou com um público numeroso e foi uma verdadeira aula de História e pernambucanidade, onde a palestrante enalteceu a importância desse evento histórico que lutou pela implantação de um Estado Democrático de Direito no Brasil de 1824, contra o autoritarismo de D. Pedro I.
A presidente do Instituto Histórico de Limoeiro, Tássia de Paula, destacou a importância desse momento de palestra na formação de nossa identidade cultural, salientando a importância de se buscar conhecimento e formar cidadãos mais conscientes de seus direitos e deveres. Também marcaram presença o autor do hino de Limoeiro, Dr. José Barbosa, o ex-vereador Dr. Luiz Antônio, o ex-presidente do IHGCL, Sivaldo Venerando, representando a Secretaria de Educação e Esportes de Limoeiro e a presidente da FACAL, Matilde Marques.
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